Manifestações Culturais

manifestação cultural

Bumba Meu boi A origem do auto do bumba-meu-boi remonta ao século XVIII, auge do ciclo de gado. Encenada em tons de sátira e de tragédia, a dança do boi e do homem simboliza o contraste entre a inteligência e a força bruta, com personagens alegóricos, enfeitados de adereços e em incidentes cômicos e dramáticos, mas de desfechos alegres. 

A dança é uma invocação crítica aos desníveis sócio-econômicos entre vaqueiro e patrão e tem influência das culturas indígena, africana e portuguesa.

 A principal atração é mesmo o boi. Consiste em uma armação de madeira em forma de touro, coberta por veludo bordado e cuja armação é presa a uma saia de tecido colorido. É conduzido por uma pessoa, denominada de miolo do boi. 

O bailado, marcado por tambores, pandeiro, zabumba e maracás e entoado por cantigas, encanta também pela riqueza de cores e indumentárias. Também chamado de Boi Janeiro, Boi Estrela do Mar, Dromedário e Mulinha-de-Ouro, a encenação conta uma estória que se passa em uma fazenda, no interior do país. 

Um negro vaqueiro, sua mulher cabocla e um homem branco, dono da fazenda e, portanto, do estimado boi de raça, são as personagens fixas, acompanhadas, normalmente, pelo Virgulino, o Caipora, o Gigante, o Capataz, o Caboclo Real, o Capitão, o Caçador e o Padre. 

O Negro Chico, desesperado porque sua esposa grávida sente desejo de comer a língua do estimado boi, resolve roubar o animal. 

Em uma das versões, o Pai Chico é capturado com o boi adoecido que, após ser curado pelo pajé, revive e começa a dançar. 

Tudo termina em festa e o vaqueiro é perdoado. Na outra versão, o boi morre e seu corpo é partilhado. 

Tradição no interior do estado, a Festa do Bumba-meu-boi preenche os festejos natalinos e, em menor incidência, o Carnaval e outras festas locais, com duração de cerca de três dias. 

Cachoeira, Camamu, Canavieiras, Conde, Cruz das Almas, Ibotirama, Juazeiro, Inhambupe, Jequié, Monte Santo, Santo Antônio de Jesus, São Félix, Prado, Jiquiriçá, Itacaré, Nova Viçosa e Porto Seguro mantém viva a herança secular de louvação ao boi. Congada Mescla de herança africana com toques da cultura portuguesa, a “Congada” representa a coroação dos reis congos, que desfilam mascarados e trajados com fardas ornamentadas de ouro e diamantes, cercados do bailado dos guerreiros. 

Sua origem remonta ao ano de 1482, em um dos Impérios negros mais importantes de todos os tempos: o Congo. Apesar de imponente, ruiu frente ao poderio das esquadras portuguesas em guerra pelo território, restando ao povo negro, aguerrido de força e fé, o título de Rei de Congo como homenagem em memória à dura batalha. No Brasil, está presente desde os tempos de colônia, quando os desfiles de congos eram atração principal nas festas organizadas pelas irmandades de escravos, por ocasião da coroação simbólica de Reis e Rainhas africanos ou afro-descendentes. 

Além da reminiscência de rituais africanos, a manifestação folclórica somou-se aos costumes das Congadas lusitanas, que ilustravam as comemorações de Nossa Senhora do Porto. 

A primeira apresentação oficial em terras baianas data de 6 de junho de 1760, no Paço do Conselho da cidade de Salvador, em festejo ao casamento da princesa real, D. Maria I, com D. Pedro III. A tradição segue com força e respaldo em Juazeiro, com adaptações que o afastam do formato tradicional, entoando cânticos em louvor à Virgem.

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Os Congos


No calendário católico 07 de outubro é dedicado à celebração de Nossa Senhora do Rosário, festa instituída pelo Papa Pio V em 1571, em homenagem à vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto, na qual os católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos e venceram o combate. Em Juazeiro, no entanto, a homenagem festiva e cultural à santa acontece somente no último domingo de outubro com o cortejo do grupo de Congos, que mantém uma tradição quase centenária.

José Pereira Filho, popularmente conhecido por seu “Govéi”, herdou a missão do avô Cipriano Cardoso em 1973, quando este faleceu. “Meu avô conheceu os Congos através de um homem chamado Zé Cassiano, um antigo morador da ilha de Nossa Senhora e até morrer manteve viva essa tradição de nossa cidade”, explicou. 

Há quase quarenta anos à frente dos Congos, seu “Govéi” promove o cortejo louvando as glórias alcançadas na fé em Nossa Senhora do Rosário. De influência africana, os Congos representam uma das mais instigantes manifestações culturais e religiosas de Juazeiro.“Minha gente que festa é aquela de tanta alegria, são os Congos do Rosário que vêm festejar Maria”. 

Quando os Congos, formados por homens, mulheres e crianças, iniciam o cortejo com seus cânticos de louvor e de fé, suas roupas nas cores azul, rosa e branco e ao som do batuque do pandeiro, o povo entra, se junta aos marujos com alegria para agradecer a nossa Senhora do Rosário as graças alcançadas.“Os Congos representam a minha alegria e a minha fé. É como se a cada ano eu ficasse mais novo e por isso agradeço a Deus e a Nossa Senhora por essa felicidade de poder estar cumprindo minha missão”, ressaltou seu “Govéi”. 

Com o apoio da gerência de cultura da Secretaria de Igualdade, Assistência Social e Cultura (Seiasc), o cortejo dos Congos sairá neste domingo (28), da Vila Jacaré, às 06 horas da manhã, passando por várias ruas do centro até chegar à Praça da Catedral, onde haverá apresentação do congado até a hora da missa. Por Luiz Hélio/Seiasc


Bom Jesus dos Navegantes

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