História
Uma breve história do Carnaval de Juazeiro
Por Rosy Costa – historiadora e pesquisadora
Em Juazeiro, (BA) o carnaval foi oficializado em 1914, com a fundação do
clube carnavalesco Embaixadores de Veneza, com muito luxo, pedrarias, carros
alegóricos, despertando assim o espírito carnavalesco no Juazeirense festivo.
Caracterizou-se nos três dias de folia, com entrudos (brincadeiras de água) e
talcos ou outros tipos de pós.
Durante o dia os clubes centrais, como Sociedade Apolo juazeirense, 28 de
Setembro, Artífices Juazeirense e outros, recebiam os animados foliões,
fantasiados com confetes, serpentinas e lança perfume Rodouro (metálica),
para as dançantes matinées, ao som do jazz ou orquestras vindas de Jacobina e
da própria região.
Quem não queria brincar em clubes ficava pelas ruas pulando ao som das
músicas transmitidas pelas caixas de som instaladas nos postes (rua da 28 de
Setembro e rua d’Apolo ) ou sambando ao batuque de alguns foliões mais
animados. Uns mascarados de monstros (látex) correndo atrás dos meninos,
homens vestidos de mulher, com soutien, saia curta de babados, sapato alto e
sombrinha, outros nos mais extravagantes trajes.
O povo enchia as bisnagas de perfume, xixi ou mesmo água e jogava nos
mascarados que passavam em
grupos. Dentre esses mascarados destacava-se o grupo de mulheres
casadas, que logo após os afazeres domésticos, colocavam uma mortalha de
preferência estampada, com um capuz escondendo o rosto, luvas para esconder a
aliança (naquele tempo mulher casada não ficava sem aliança), e meias grossas
com sapatos sete vidas (conga), fala fina e andar diferente, para não serem
reconhecidas.
E lá saía o grupo entrando nas casas conhecidas, cantando, bebendo e comendo,
até as dezoito horas quando regressavam ao lar. Contavam algumas que entravam
nos bares e sentavam no colo dos próprios maridos e eles, cheios de vida,
pensavam que eram as outras.
À tarde também acontecia o desfile de carros, de preferência sem capota, tipo
Fubica, Jeep e caminhonetes, que subiam a Carmela Dutra e desciam pela rua
d’Apolo, formando assim o famoso Corso, (desfile de carros repletos de
foliões) com lança perfumes, fantasias, confetes e serpentinas, combinando
com a alegria do povo que assistia nas calçadas e aplaudia o carro mais
animado e enfeitado. Isto ia até às 18h30, quando se iniciava o desfile dos
blocos ou cordões das “Mulheres da Boa Esperança”- Verdadeiro Show de luxo e
beleza. Após esse horário cada um ia para sua casa descansar, pois no outro
dia começava tudo de novo.
A partir de 1955, à noite, as batucadas faziam a festa disputando o título da
melhor do ano, mas nada igual à batida cadenciada da Cacumbú.
A porta bandeiras criava malabarismos e os componentes orgulhosamente
ostentavam o nome da escola, contando com a participação do povo que cantava
e dançava até às 23h, quando se ouvia o hino da 28 de Setembro e da Sociedade
Apolo Juazeirense, avisando que o carnaval nesses clubes estava começando
para terminar com o nascer do sol.
A Quarta feira de Cinzas tinha o sabor do bem e da saudade: “São três dias de
folia e brincadeira, você pra lá e eu pra cá até quarta-feira…”.
Hoje o carnaval de Juazeiro se adéqua aos novos tempos. Trios Elétricos,
blocos disputando qual o mais bonito abadá e camarotes completam a festa de
momo. Mas a tradição dos antigos carnavais de fantasias e máscaras ainda
caminha pelas ruas de Juazeiro.
Mistura de ritmos, sons, culturas. Uma festa que tem como identidade a
alegria de um povo festeiro. Dessa forma se compõe o Carnaval no Brasil e em
Juazeiro não poderia ser diferente. Cidade abraçada pelo Rio São Francisco
que traz no rosto da sua gente, a hospitalidade e o encanto da Bahia.
Como Chegar
Juazeiro está localizada à margem direita do Rio São Francisco, no extremo
norte da Bahia, na zona do médio e baixo São Francisco, distante 500 km da capital
Salvador. Faz divisa com o Estado de Pernambuco, ligada a cidade de Petrolina
pela Ponte Presidente Dutra.
Acesso
O acesso a Juazeiro pode ser feito por via terrestre, utilizando as rodovias
BR-235 e BR-407, usando a via férrea de Salvador a Juazeiro ou por ônibus,
que são diários e partem da capital baiana e de outras cidades da Bahia e de
outros estados, como Fortaleza, São Paulo e Brasília. As empresas de ônibus
são: Expresso Guanabara, Viação Itapemirim, Viação Nossa Senhora da Penha
(Penha), Viação Progresso, São Luiz, etc. Também é possível por via aérea
através do aeroporto de Petrolina, que está a 15 km da sede, em
Pernambuco, ou ainda por um dos campos de pouso existentes na região, como em Sobradinho.
Distâncias Salvador: 502 km Paulo Afonso: 400km Recife: 790 km Macéio: 448 km Senhor do Bonfim: 121 km Salgueiro: 201 km Aracaju: 458 km TRECHO VIA DE ACESSO DISTÂNCIA Salvador – Juazeiro Aéreo 1 hora Salvador – Juazeiro Terrestre 500km |
Uma breve história do Carnaval de Juazeiro
Por Rosy Costa – historiadora e pesquisadora
Em Juazeiro, (BA) o carnaval foi oficializado em
1914, com a fundação do clube carnavalesco Embaixadores de Veneza, com muito
luxo, pedrarias, carros alegóricos, despertando assim o espírito carnavalesco
no Juazeirense
Carro Alegórico Palácio de Versailles - Carnaval dos
Anos 50 festivo. Caracterizou-se nos três dias de folia, com entrudos
(brincadeiras de água) e talcos ou outros tipos de pós.
Durante o dia os clubes centrais, como Sociedade
Apolo juazeirense, 28 de Setembro, Artífices Juazeirense e outros, recebiam os
animados foliões, fantasiados com confetes, serpentinas e lança perfume Rodouro
(metálica), para as dançantes matinées, ao som do jazz ou orquestras vindas de
Jacobina e da própria região.
Quem não queria brincar em clubes ficava pelas
ruas pulando ao som das músicas transmitidas pelas caixas de som instaladas nos
postes (rua da 28 de Setembro e rua d’Apolo ) ou sambando ao batuque de alguns
foliões mais animados. Uns mascarados de monstros (látex) correndo atrás dos
meninos,
Carro Alegórico da SOC Apolo Juazeirense - O Globo
giratório
homens vestidos de mulher, com soutien, saia
curta de babados, sapato alto e sombrinha, outros nos mais extravagantes
trajes.
O povo enchia as bisnagas de perfume, xixi ou
mesmo água e jogava nos mascarados que passavam em grupos. Dentre
esses mascarados destacava-se o grupo de mulheres casadas, que logo após os
afazeres domésticos, colocavam uma mortalha de preferência estampada, com um
capuz escondendo o rosto, luvas para esconder a aliança (naquele tempo mulher
casada não ficava sem aliança), e meias grossas com sapatos sete vidas (conga),
fala fina e andar diferente, para não serem reconhecidas.
E lá saía o grupo entrando nas casas conhecidas,
cantando, bebendo e comendo, até as dezoito horas quando regressavam ao lar.
Contavam algumas que entravam nos bares e sentavam no colo dos próprios maridos
e eles, cheios de vida, pensavam que eram as outras.
À tarde também acontecia o desfile de carros, de
preferência sem capota, tipo Fubica, Jeep e caminhonetes, que subiam a Carmela
Dutra e desciam
Carro Alegórico - 25 cogumelos da 28 de Setembro
pela rua d’Apolo, formando assim o famoso Corso,
(desfile de carros repletos de foliões) com lança perfumes, fantasias,
confetes e serpentinas, combinando com a alegria do povo que assistia nas
calçadas e aplaudia o carro mais animado e enfeitado. Isto ia até às 18h30,
quando se iniciava o desfile dos blocos ou cordões das “Mulheres da Boa
Esperança”- Verdadeiro Show de luxo e beleza. Após esse horário cada um ia para
sua casa descansar, pois no outro dia começava tudo de novo.
A partir de 1955, à noite, as batucadas faziam a
festa disputando o título da melhor do ano, mas nada igual à batida cadenciada
da Cacumbú.
A porta bandeiras criava malabarismos e os
componentes orgulhosamente ostentavam o nome da escola, contando com a
participação do povo que cantava e dançava até às 23h, quando se ouvia o hino
da 28 de Setembro e da Sociedade Apolo Juazeirense, avisando que o carnaval
nesses clubes estava começando para terminar com o nascer do sol.
A Quarta feira de Cinzas tinha o sabor do bem e
da saudade: “São três dias de folia e brincadeira, você pra lá e eu pra cá até
quarta-feira…”.
Hoje o carnaval de Juazeiro se adéqua aos novos
tempos. Trios Elétricos, blocos disputando qual o mais bonito abadá e camarotes
completam a festa de momo. Mas a tradição dos antigos carnavais de fantasias e
máscaras ainda caminha pelas ruas de Juazeiro.
Anos 50 - Sociedade Apolo Juazeirense
Q saudades dos belos carnavais de Juazeiro!
ResponderExcluirObrigado pela bela postagem mem ajudou bastante a conhecer melhor essa festa que gosto tanto da minha cidade e também em um trabalho escolar de minha filha 👏👏👏👏👏👏👏
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